Paródia
revolucionária, aí está um termo que se aplica, com total propriedade a Fausta. Satiriza, ao mesmo tempo,
expressa não apenas admiração, mas amor pela literatura. Reescrever à sua moda
o Fausto de Goethe é acrescentar-lhe
sentidos.
Fausta expõe uma poética, conforme a qual poesia é
metamorfose. Move um combate cerrado aos princípios da identidade e
não-contradição, aos pilares da lógica na tradição ocidental. Tudo pode ser
outra coisa.
E todos os registros estão presentes em Fausta. Há lirismo e delicado erotismo. E uma ambiciosa busca de
poesia total por Silvio Piresh.
O mais importante é ser uma leitura deliciosa. Além de
informar, diverte. Contraposta a certa aridez, a uma atmosfera demasiado
rarefeita de obras que se aventuram pelo caminho da literatura sobre
literatura.
É
texto vivo, pulsante, animado. Em Silvio Piresh, neste e em seus livros
anteriores, a ironia dá vida à poesia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário