sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Sobre "Fausta" (Claudio Willer)

Paródia revolucionária, aí está um termo que se aplica, com total propriedade a Fausta. Satiriza, ao mesmo tempo, expressa não apenas admiração, mas amor pela literatura. Reescrever à sua moda o Fausto de Goethe é acrescentar-lhe sentidos.
Fausta  expõe uma poética, conforme a qual poesia é metamorfose. Move um combate cerrado aos princípios da identidade e não-contradição, aos pilares da lógica na tradição ocidental. Tudo pode ser outra coisa.
E todos os registros estão presentes em Fausta. Há lirismo e delicado erotismo. E uma ambiciosa busca de poesia total por Silvio Piresh.
O mais importante é ser uma leitura deliciosa. Além de informar, diverte. Contraposta a certa aridez, a uma atmosfera demasiado rarefeita de obras que se aventuram pelo caminho da literatura sobre literatura.
É texto vivo, pulsante, animado. Em Silvio Piresh, neste e em seus livros anteriores, a ironia dá vida à poesia.

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